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EU PRECISO CONFESSAR

 

            Sou imensamente grata a Deus pela educação dos meus dois filhos. Pude confiar e descansar sabendo que enquanto os garotos cresciam eram disciplinados por Ele. Eu assistia a tudo com alegria, mas nem sempre foi assim. No início, clamei efetivamente para que Deus me desse direção. Vou compartilhar aqui um episódio com meu pequeno.

O meu caçula, então com 4 anos incompletos, era um garoto rebelde. Eu trabalhava período integral e eles ficavam em casa com uma babá. O pai deles permitia que ele fizesse tudo o que quisesse. Nunca impunha limites. Cabia a mim, que nunca estava presente, educá-lo. Isto o distanciava de mim e ele não me suportava. Diálogos com o pai sobre isso, nada resolvia. Eu sofria muito com essa situação e comecei a orar a respeito.

            Certo dia, saímos à noite, já que durante o dia nunca tínhamos tempo para ir a um shopping comprar tênis para eles. Quando chegamos, não conseguimos fechar os vidros do carro. O painel com as luzes que indicavam os vidros estava apagado, um sinal de mal contato ou queima de algum fusível. O pai deles desligou e ligou o carro várias vezes. Saiu da garagem, voltou e nada. Os vidros não funcionavam. Então eu disse:

            – Vamos para casa. Outro dia retornaremos às compras, o carro não pode ficar aberto.  Neste momento o meu caçula disse:

            – A culpa é minha, tenho que confessar. (Ele estava sentado no banco traseiro, com as pernas sobre o banco e abraçando-as, encolhido no canto do carro). Então eu perguntei, já totalmente sem paciência:

            – O que você fez? Mexeu no carro? Isto sabendo que ele não seria capaz de danificar o carro. Então ele disse:

            – É que eu sonhei e Deus disse para vocês me educarem direito, porque vocês não estão me educando direito. Pronto, falei!

 Quando ele disse: pronto, falei, as luzes do painel se acenderam, fechamos o carro e fomos comprar os tão esperados tênis.

            O pai deles quase desmaiou com esse episódio. Ele nunca me ouvia quando o assunto eram as crianças. E dali em diante, tanto meu filho, quanto o pai tiveram consciência do papel de cada um na educação e deveres da casa.